sexta-feira, 25 de julho de 2008

MARIA BETHÂNIA

MARIA BETHÂNIA
Maria Bethânia Viana Teles Veloso nascida em Santo Amaro da Purificação, Bahia, 18 de junho de 1946 é uma cantora brasileira. É considerada a segunda artista feminina que mais vendeu discos na história do Brasil, com 26 milhões de cópias.
A partir de 1979 ganhou a alcunha de abelha-rainha por causa do primeiro verso da música que dá nome ao LP Mel.
Nascida na Bahia, é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana (Dona Canô). O nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, por inspiração de uma canção famosa da época, a valsa Maria Betânia, um sucesso da época na voz de Nélson Gonçalves; a música é de autoria do compositor Capiba. Maria Bethânia tornou-se uma das principais intérpretes da música brasileira e Caetano tornou-se tão reconhecido quanto a irmã, como um dos grandes cantores e compositores, respeitado e ouvido pela mídia e pela crítica especializada.
Considerada a maior intérprete de sua geração, na infância sonhava em ser atriz, mas o dom para a música falou mais alto. Participou na juventude de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.
A data oficial da estréia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa. Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrô apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão.
Além de Carcará, tornaram-se conhecidas na voz as seguintes canções: Rosa dos ventos, Olhos nos olhos, Terezinha, Drama, Esse cara, A tua presença morena, Um jeito estúpido de te amar, A voz de uma pessoa vitoriosa, Ilumina, Fogueira, Tocando em frente, Mel, Ronda, Negue, Explode coração, Grito de alerta, Vida real, Atiraste uma pedra, Sonho meu, Nossos momentos, Anos dourados, Tá combinado, Reconvexo, As canções que você fez pra mim, Costumes, Além da última estrela, Flor de ir embora, A mais bonita, Tenha fé, Verdades e mentiras, Eu e água, Gostoso demais, Ela e eu, Talismã, Sonho impossível, Olê olá, Pra que mentir, Sem fantasia, Fera ferida, Você, É o amor, Âmbar, Iluminada, Mora na filosofia, Maricotinha, Alguém me avisou, Diamante verdadeiro, Álibi, Brincar de viver, Samba da bênção, Cheiro de amor, Mano Caetano, Festa, Nossos momentos, Purificar o Subaé, Oração da mãe menininha, Vida, O que é o que é, Lábios de mel, Infinito desejo, Eu não existo sem você, O trenzinho caipira, O meu amor, Sábado em Copacabana, Imitação da vida, dentre outras. Participou uma única vez de festivais, no Festival Internacional da Canção (1966), defendendo a canção Beira-mar, do irmão Caetano Veloso.
Foi também a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, onde era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70, e ao longo dos anos, este lema foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD, enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. Sobre esse encontro, escreveu Caetano Veloso: Eu, Gil e Gal podemos nos discutir as atitudes e as posturas, mas com relação a Betânia há sempre um respeito aristocrático que o ritmo do seu comportamento exige. E nós estamos sempre aprendendo com ela algo dessa majestade.
Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Desde a década de 60, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o fim da década de 80, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência. Maria Bethânia participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone Bittencourt de Oliveira, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa, Maria Bethânia e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca d´Água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Foi a primeira cantora brasileira a vender mais de um milhão de cópias em um único disco (Álibi, 1978) e esse sucesso se repetiu nos dois álbuns subseqüentes: Mel e Talismã, que também obtiveram expressivas vendagens, e inovou no gênero acústico com os dois trabalhos seguintes, Ciclo e A Beira e o Mar, que não tiveram o mesmo apelo popular. Neste primeiro, considerado por Bethânia o melhor de toda sua discografia, os erros de divulgação da gravadora comprometeram o sucesso do disco onde Fogueira foi a única canção a fazer sucesso e em A Beira e o Mar, originado do espetáculo A hora da estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo de Clarice Lispector, se definiu a saída da gravadora Polygram (atualmente Universal Music), à qual só retornaria dali a cinco anos. O disco que marca essa volta é Memória da Pele; durante este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela sua primeira gravadora, a RCA, com a qual assinou contrato para a gravaçao de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988, respectivamente.
Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país e trouxe canções consagradas. O disco contou com a participação especial de vários cantores e músicos, dentre os quais Gal Costa, Alcione, João Gilberto, Egberto Gismonti, Nina Simone, Fátima Guedes, Hermeto Paschoal, Sivuca, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jacques Morelenbaum, Jaime Alem, Márcio Montarroyos, Mônica Millet Almir Sater e bateria da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira; o disco emplacou duas músicas nas paradas de sucesso, as regionalistas Tocando em frente e Flor de ir embora, que integraram as trilhas das novelas rurais Pantanal e A história de Ana Raio e Zé Trovão, respectivamente, ambas exibidas pela extinta Rede Manchete. O feito de gravação de discos acústicos se repetiria no álbum subseqüente, Olho d´Água, lançado em 1992, que não fez grande sucesso devido à falta de divulgação eficiente por parte da gravadora; no repertório, destaque somente para a canção Além da última estrela, que integrou a trilha sonora da novela Renascer, de Benedito Ruy Barbosa.
O sucesso de vendagem voltou em 1993 quando do lançamento de As canções que você fez pra mim, mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las canciones que hiciste para mi) com parte do repertório, que consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos. Este disco, além de originar um LP promocional para a Coca-Cola, gerou um espetáculo calcado na divulgação do disco anterior, do qual saiu o disco que marca a despedida definitiva da Universal Music: Maria Bethânia ao vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil, porém já sofrendo com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a menos. São elas: Fé cega faca amolada, Detalhes, Você não sabe (as duas últimas, já inclusas no álbum-tributo a Roberto) e Reconvexo, inclusas somente no CD. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos, e também originou um VHS.
Revolucionou a forma de se fazer espetáculos no Brasil, intercalando músicas com poemas - Fernando Pessoa, poeta português, Vinícius de Moraes, Clarice Lispector - criando um estilo próprio e que muito lembra peças teatrais. Vários dos espetáculos estão entre os mais importantes da história da música popular brasileira, onde se destacam diversos, como Rosa dos Ventos (1971), Drama terceiro ato (1973) e A cena muda (1974), onde não declamou poemas - como o próprio título sugere. Isso explica a presença de vários discos ao vivo na carreira da artista - mais precisamente catorze, onde se inclui um gravado na Argentina (Mar del Plata), com Vinícius de Moraes e Toquinho; já como intérprete, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Noel Rosa, Gonzaguinha, Roberto Carlos, Vinícius de Moraes, Roberto Mendes, Jorge Portugal e Milton Nascimento, são os compositores com maior número de interpretações na voz. Maria Bethânia é carinhosamente chamada por Roberto Carlos de minha rainha.
Os muitos fãs sempre cultivaram uma rivalidade com os da cantora Elis Regina, no eterno debate que até hoje não teve fim sobre qual seria a maior cantora da história do Brasil. Elis, por sua vez, declarou Gal Costa a maior cantora do país. Bethânia mais reservada nunca se pronunciou sobre esse debate, inclusive se declara até hoje fã de Elis, isso desde a entrevista no jornal O Pasquim (5 de setembro de 1969), deu nota dez para a rival. Em 1999, quando regravou uma canção que fez antigo sucesso na voz de Elis, Romaria (Renato Teixeira), no disco A força que nunca seca, lançado pela gravadora BMG, Bethânia reafirmou ser sua admiradora. Inclusive este disco, além de trazer releituras de clássicos (O trenzinho caipira, Luar do sertão/Azulão, Espere por mim morena, Gema, As flores do jardim da nossa casa), trouxe a polêmica interpretação de É o amor, originalmente gravada pela dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, que foi bastante criticada. Esta foi incluída na trilha da novela Suave Veneno, de Aguinaldo Silva.
Muitos são os trabalhos da cantora Maria Bethânia que são referências obrigatórias para a história da música popular brasileira, entre outros estão: Drama - anjo exterminado [1972], Pássaro Proibido [1976], Âmbar [1996], Brasileirinho [2003] e Pirata [2006].
Em 2001, desliga-se das grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a estréia na nova gravadora é Maricotinha ao vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das canções era inédita, e também gerou seu primeiro DVD. Em 2003, ainda na Biscoito Fino, lança a própria gravadora, Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com menor apelo comercial e lançar artistas que admira, como Mart'Nália e Dona Edith do Prato.
Bethânia também atua em direções, já tendo dirigido vários artistas entre eles o irmão Caetano Veloso e Alcione. Em 2005, foi lançado o filme documentário sobre a vida e carreira, Maria Bethânia, Música é perfume.
Em 2006 foi a grande vencedora do Prêmio Tim (antigo Prêmio Sharp) de música onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que falta você me faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo tempo tempo tempo). Bethânia, que sempre teve fama de anti-social, surpreendeu e compareceu à cerimônia de premiação. No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras das músicas - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo crítico Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo.
Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil e foi considerado pela crítica uma espécie de retomada de Brasileirinho, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do mar tem rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap.
Em 2007, novamente é a maior vencedora do Prêmio Tim, mas desta vez empatou com Marisa Monte. Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto gráfico (Pirata) e melhor canção (Beira-mar, do CD Mar de Sophia).

CARTOLA

O MAGNÍFICO CARTOLA
Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, nascido no Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908, foi um cantor, compositor e poeta brasileiro.
Era um dos sambistas que compunham a velha-guarda da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sendo considerado o responsável tanto pela escolha do nome, como das cores adotadas pela Escola (verde e rosa). A escolha das cores foi uma homenagem ao seu amado Fluminense, clube de futebol do Rio de Janeiro que utiliza-se de combinações mais sóbrias das mesmas cores (grená, verde escuro e branco).
Cartola compôs, sozinho ou com parceiros, mais de quinhentas canções, como "As Rosas Não Falam", "Alvorada", "O Mundo é um Moinho" e "O Sol Nascerá", tendo sido esta última regravada mais de 600 vezes. Suas canções são musicalmente bastante elaboradas e suas letras têm uma carga poética muito forte.
Angenor de Oliveira nasceu no bairro do Catete. Seus pais, Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira, tiveram sete filhos. Cartola foi o quarto.
Seu envolvimento com o carnaval começou cedo. Aos 8 anos de idade já participava desfilando em blocos carnavalescos de rua. Foi morar no morro da Mangueira, aos onze anos, por problemas financeiros em sua família. Apesar da riqueza de suas poesias e da quantidade em que as produziu, Cartola estudou somente até o primário. Cartola jamais conseguiu se integrar ao mercado de trabalho, passou sua vida trabalhando em bicos. Foi pedreiro, pintor de paredes, lavador de carros, vigia de prédio e contínuo de repartição pública.
Foi como pedreiro que ganhou seu apelido, "Cartola". Quando trabalhava com cimento estava sempre sujando seus cabelos, o que o aborrecia bastante pois ele era muito vaidoso. Passou então a sempre usar um chapéu, assim seus cabelos estavam protegidos do cimento. Seus amigos então o apelidaram de Cartola.
Dona Aída morreu prematuramente. Seu pai era muito severo e o expulsou de casa aos dezessete anos de idade. Sozinho, envolveu-se com várias mulheres, adoeceu e teve que parar de trabalhar. Esteve a beira da morte mas se reergueu com ajuda dos amigos. Cartola, assim como seu fiel amigo e também sambista Noel Rosa, vende sambas no início da carreira. O primeiro deles foi Que infeliz sorte, de 1927, vendido por trezentos contos de réis e sendo gravado por Francisco Alves.
Foi nessa época, década de 1920, que os blocos de carnaval resolveram se organizar na forma de sociedades permanentes. Ismael Silva funda na Estácio uma associação que se autodenominou Escola de Samba, a Deixa Falar. Em 28 de Abril de 1928, Cartola e mais seis amigos reunidos na casa do Euclides da Joana Velha, na favela da Mangueira, reúnem os blocos carnavalescos do morro e fundam a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Os seis amigos eram: seu Euclides, Saturnino Gonçalves (o Satur), Marcelino José Claudino (o Massu), Pedro Caim (o Pedro Paquetá), Abelardo da Bolinha e Zé Espinguela. A escolha das cores e o nome da escola são atribuídos a Cartola. No primeiro desfile, com o samba enredo "Chega de Demanda" de Cartola, a Mangueira ganha seu primeiro prêmio de carnaval, no desfile na Praça Onze.
Cartola segue como diretor de harmonia e como um dos compositores da escola, dedica a isso boa parte de sua vida. Seus sambas são gravados por muitos cantores da década de 1930. Em 1940, participa de gravações com vários músicos brasileiros (Pixinguinha, João da Baiana, Donga, Jararaca, Zé da Zilda e outros) a bordo do navio "Uruguai". Estas gravações se destinavam a um projeto do maestro americano Leopold Stokowski, e só foram lançadas nos Estados Unidos em 1946, numa coletânea intitulada "Native Brazilian Music".
Cartola muitas vezes teve divergências com a direção da Escola, nos anos de 1949 e 1977 ele não desfilou. Ele alegava que os diretores da Escola haviam transformado a Escola num reduto eleitoreiro. Cartola se afasta da Mangueira, vai morar na Baixada Fluminense. Fica viúvo e contrai meningite. Por volta dos anos 50, Sérgio Porto o encontra lavando carros, trabalhando num posto em Ipanema nas madrugadas, e o relança como cantor e compositor.
Em 1952 curado volta a viver no morro da mangueira e começa a namorar a também viúva dona Euzébia Silva do Nascimento, a famosa Dona Zica - irmã da mulher do compadre Carlos Cachaça. Dona Zica e Cartola haviam crescido juntos, haviam se conhecido nos desfiles dos blocos carnavalescos de rua. Cartola era dos "Arrepiados" e Dona Zica era do "Bloco do Seu Júlio". Cartola e Dona Zica casam-se depois de doze anos juntos, em 1964.
É ao lado de Dona Zica que Cartola compõe "As Rosas não Falam", "Nós Dois" (dois dias antes do casamento de Cartola e Dona Zica), "Tive Sim" e "O sol Nascerá" (parceria com Elton Medeiros e gravada na voz de Nara Leão).
Na década de 60 Cartola, Dona Zica e mais dois sócios fundam o botequim ZiCartola que se torna um ponto de encontro dos grandes sambistas da ocasião e onde surgem grandes talentos.
É somente em 1974, já aos 65 anos, que grava seu primeiro disco, Cartola, produzido por Marcus Pereira.
Morre em 30 de novembro de 1980, de câncer, no Rio de Janeiro.
Apesar do grande sucesso de seus sambas, Cartola morre pobre, morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro (em 30 de novembro do ano de sua morte).
Nas décadas seguintes são muitas as homenagens póstumas prestadas a Cartola por artistas como Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Leny Andrade, Cazuza, Marisa Monte e outros. Nos anos 2000, o cantor Ney Matogrosso lançou o CD "Ney Canta Cartola" e o DVD "Ney Canta Cartola Ao Vivo". Ali são cantados músicas raras de Cartola, como "Senões"
São de Cartola grandes sucessos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Ensaboa Mulata", "O Sol Nascerá", "Cordas de Aço", "Preciso Me Encontrar" (Musica de Candeia, que ganhou gravação definitiva na voz de Cartola) e "Acontece", interpretados por Marisa Monte, Fagner e Gal Costa, ou até por roqueiros dos anos 1980, a exemplo do Cazuza, ex-vocalista do grupo Barão Vermelho, e do cantor Paulo Ricardo.

BIBI FERREIRA

A DEUSA BIBI FERREIRA
Bibi Ferreira, pseudônimo de Abigail Izquierdo Ferreira nascida em Salvador, 10 de junho de 1922), é uma atriz, cantora, diretora e compositora brasileira.
É filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo. Nem Bibi sabe ao certo o dia em que nasceu. A mãe dizia que ela nascera em 1º de junho; o pai falava que a data era 4 de junho mas, sua certidão de nascimento traz a data de 10 de junho.Fez sua estréia teatral aos 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de autoria de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que desaparecera pouco antes do início do espetáculo. Logo após os pais se separaram e Bibi passou a viver com a mãe, que foi trabalhar na Companhia Velasco, uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. O idioma português e o grande amor pela ópera ela viria a aprender com o pai.
De volta ao Brasil, tornou-se a atriz mirim mais festejada do Rio de Janeiro. Entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai. Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro. Completou o curso secundário no Colégio Anglo Americano e aperfeiçoou os estudos de balé em Buenos Aires, no Teatro Colón.
Sua estréia profissional nos palcos aconteceu em 1941, quando interpretou "Mirandolina", na peça La locandiera. Em 1944, montou sua própria companhia teatral, reunindo alguns dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau. Pouco mais tarde, foi para Portugal, onde dirigiu peças durante quatro anos, com grande sucesso.
Na década de 60, vieram os sucessos dos musicais, como Minha Querida Dama (My Fair Lady), estrelado por Bibi e Paulo Autran. Nessa época atuou também em musicais de teatro e televisão. Em 1968, apresentou na TV Tupi o Programa Bibi ao Vivo, que durante dois anos levou à televisão os maiores nomes do teatro.Bibi Ferreira participou, atuando ou dirigindo, de alguns dos grandes espetáculos teatrais e musicais montados no Brasil. Em 1970, dirigiu Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes (foi numa das versões desse espetáculo que pela primeira vez dirigiu a cantora Maria Bethânia, na outra versão dirigiu Clara Nunes); em 1972, atuou em O Homem de La Mancha ao lado de Paulo Autran, com tradução de Paulo Pontes e Flávio Rangel, além das verões de Chico Buarque e Ruy Guerra para as canções; em 1975, participou de Gota D'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes; em 1976, dirigiu Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus Lhe Pague, de Joracy Camargo.
Na década de 1980, dirigiu de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Em 1980, dirigiu Toalhas Quentes, de Marc Camoletti; em 1981, Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar, e Calúnia, de Lillian Hellman. No mesmo ano, com sua produção e direção, estreou O Melhor dos Pecados, de Sérgio Viotti, promovendo a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência. Em 1983 voltou aos palcos com Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção, espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em 1984 e, no ano seguinte, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e Governador do Estado. O espetáculo, que fez muitas viagens, permaneceu seis anos em cartaz e, em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.
Dirigiu ainda inúmeros programas de televisão e shows de artistas da música popular brasileira, como Maria Bethânia nos anos 70 e 80.
Nos anos 90, Bibi Ferreira reviveu seus maiores sucessos, remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que cantava canções e contava histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemorou 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, fez o Bibi in Concert 2. Em 1996 recebeu o Prêmio Sharp de Teatro. Encenou Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical. Em 1999, dirigiu pela primeira vez uma ópera, Carmen de Georges Bizet.
No ano de 2001, Bibi estréia no Rio de Janeiro o espetáculo Bibi Vive Amália, no qual contava e cantava a vida da grande fadista portuguesa Amália Rodrigues. Em 2004, lançou CD e DVD do show Bibi Canta Piaf, em que a artista interpretava a cantora francesa Edith Piaf. Em outubro de 2005, Bibi Ferreira estreou o show Bibi in Concert III - Pop, em São Paulo.
Em 2007 Bibi voltou ao teatro de prosa em Às favas com os escrúpulos, de autoria de Juca de Oliveira e dirigida por Jô Soares.

NELSON GONÇALVES

O GRANDE NELSON GONÇALVES
Antônio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, nascido em Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — foi um cantor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com 65 milhões de unidades, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com oitenta milhões. Seu maior sucesso foi a canção A volta do boêmio.
Nascido no Rio Grande do Sul, mudou-se com os seus pais portugueses para São Paulo, no bairro do Brás. Quando criança, era levado, para praças e feiras pelo seu pai, que fazendo-se de cego, tocava violino, enquanto ele cantava.
Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista.
Mesmo com o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, decidiu ser cantor. Em uma de suas primeiras bandas, teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois.
Nesta época, casou-se com Elvira Molla e com ela teve dois filhos. Sem emprego, trabalhou como garçom, no bar do seu irmão, na avenida São João.
Seguiu para o Rio de Janeiro em 1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir. Finalmente, em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana (do Hotel Copacabana Palace) e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.
Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).
Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar em paises como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall.
Em 1952, casou-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento durou até 1959.
Em 1965, casa-se de novo, COM Maria Luiza da Silva Ramos, com quem teve dois filhos, Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. A caçula tem seu apelido no refrão da música Até 2001. (É no gogo gugu).
No entanto, o seu envolvimento com a cocaína, em 1958, tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio nº1, um grande sucesso.
Após abandonar o vício com o apoio de sua mulher, retomou uma carreira bem sucedida.
Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda).
Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley outro agraciado. Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.
Morreu de parada cardíaca no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro.
A vida de Nelson Gonçalves teve sua biografia dramatizada nas seguintes obras:
Na década de 90, foi encenado nas principais capitais do país o musical Metralha. Em 2001 foi lançado o documentário Nélson Gonçalves, contando a sua trajetória, com direção de Elizeu Ewald e protagonizado por Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, e tendo a sua filha Margareth Gonçalves como produtora executiva.

ELIS REGINA


A GRANDE E LINDA ELIS REGINA
Elis Regina Carvalho Costa nascida em Porto Alegre, 17 de março de 1945 foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na música popular brasileira. Era carinhosamente chamada a Pimentinha.Foi e ainda é considerada por muitos a maior cantora brasileira que já existiu.Elis Regina nasceu na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde começou a carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.
Em 1960 foi contratada pela Rádio Gaúcha, e em 1961 viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lançou ainda mais três discos, enquanto morava em Rio Grande do Sul.
Em 1964, um ano com a agenda lotada de espetáculos no eixo Rio-São Paulo, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa Noites de Gala; é levada por Dom Um Romão para o Beco das Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli, com os quais ainda realizaria diversas parcerias, e um casamento com Bôscoli em 1967. Acompanhada agora pelo grupo Copa trio, de Dom Um, canta no Beco das Garrafas, o reduto onde nasceu a bossa nova, e conhece o coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços.
Participa do espetáculo Fino da Bossa organizado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, que ficou conhecido também como Primeiro Demti-Samba, dirigido por Walter Silva, no Teatro Paramount, atual Teatro Abril (São Paulo). Ao final do mesmo ano (1964) conhece o produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da Tv Record. Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues. O programa, gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva, ficou no ar até 1967 (TV Record, Canal 7, SP) e originou três discos de grande sucesso: um deles, Dois na Bossa, foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias.
O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e 'popularesco' que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado. Já no samba consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema (Adoniran Barbosa), entre outros. Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. O registro vocal pode ser definido como de uma mezzo-soprano característico com um fundo levemente metálico e vagamente rouco.
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos, registravam índices recordes de audiência. Elis Regina participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone Bittencourt de Oliveira, Rita Lee, Joanna, Elis Regina, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
A antológica interpretação de Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), no Festival, escreveu um novo capítulo na história da música brasileira, inaugurando a MPB e apresentando uma Elis ousada. Uma interpretação inesquecível, encenada pouco depois de completar apenas 20 anos de idade e coroada com o reconhecimento do Prêmio Berimbau de Ouro. O prêmio Roquette Pinto veio na sequência elegendo-a a Melhor cantora do ano.
Fã incondicional de Carmen Miranda, a quem prestou várias homenagens, Elis impulsionava uma carreira não menos gloriosa, possibilitando o lançamento do primeiro LP individual, Samba eu canto assim (Cbd, selo Philips). Pioneira, em 1966 lançou o selo Artistas, registrando o primeiro disco independente produzido no Brasil, intitulado Viva o Festival da Música Popular Brasileira, gravado durante o festival. Mais uma vitoriosa participação no III Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), a canção O cantador (Dori Caymmi e Nelson Motta), classificando-se para a finalíssima e reconhecida com o prêmio de Melhor Intérprete.
Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, conquistando grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, onde se tornou a primeira artista a se apresentar, duas vezes, num mesmo ano, naquela que é a mais antiga sala de espectáculos musicais de Paris.
Foi Elis quem também lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.Durante os anos 70, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos.
Patrocinado pela Philips na mostra Phono 73, com vários outros artistas, deparou-se com uma platéia fria e indiferente, distância quebrada com a calorosa apresentação de Caetano Veloso: Respeitem a maior cantora desta terra. Em julho lançou Elis.
Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde originou um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. Um dos mais bem sucedidos espetáculos na história da MPB, tornou-se um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Essa Mulher em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium); e finalmente o último espetáculo, Trem Azul, em 1981, direção de Fernando Faro.
Dentre os inúmeros sucessos consagrados, estão: Arrastão, Canção do sal, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Cartomante, Corcovado, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô Alô marciano, Chega de Saudade, Carolina, Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me deixas Louca, Aviso aos navegantes, Folhas secas, Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como nossos pais, Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado pra Balanço, Ladeira da Preguiça, Louvação, No Dia Em Que Eu Vim Me Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida, Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Viramundo, dentre muitos outros.Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos difíceis Anos de chumbo, quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. Sua crítica acontecia por meio de declarações públicas ou de canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, teria afirmado que o Brasil era governado por gorilas[2] (Há ainda controvérsias em relação a essa declaração. Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.
Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela Anistia de exilados brasileiros. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia. A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro.
Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da Assim, Associação de Intérpretes e de Músicos.Em meio a uma grande comoção nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi.
"Choram Marias e Clarices...Chora a nossa pátria mãe gentil. Em busca de um sol maior, Elis Regina embarcou num brilhante trem azul, deixando conosco a eternidade de seu canto pelas coisas e pela gente de nossa terra. E uma imensa saudade"´´. - Agência de Publicidade.
Elis é mãe de João Marcelo Bôscoli, filho do casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música.
CuriosidadesElis Regina era chamada de Pimentinha pelos Machado de Carvalho (donos da TV Record de São Paulo) e pelo poeta-compositor Vinicius de Moraes. Pela grande amiga Rita Lee, era chamada de Elis-cóptero. Fino da Bossa foi um show realizado em 1964, com a participação de Rosinha de Valença, Os Cariocas, os violonistas Paulinho Nogueira e Baden Powell, Zimbo Trio, Jair Rodrigues, Edu Lobo, Wanda Sá etc., que se tornou longplay (Lp), gravado durante o espetáculo de mesmo nome, lançado pela Philips. Com a contra-capa escrita por Zuza Homem de Mello. Lançado em compact-disc CD. Em 7 de dezembro de 1967 Elis Regina se casa com Ronaldo Bôscoli em cerimônia religiosa na Capela Mayrink, Floresta da Tijuca, RJ. O ato civil foi realizado na casa da encosta da avenida Niemeyer, São Conrado, RJ. Um dos padrinhos da noiva era o casal Paulinho Machado de Carvalho e senhora (donos da TV Record de São Paulo). Foram fotografadas juntas as gestantes Elis Regina, Nara Leão e Leila Diniz, tricotando sapatinhos de bebê. No ano de 1973, Elis Regina vinha do Rio de Janeiro para São Paulo (ponte-aérea), junto com seus filhos João Marcelo e Pedro. Estava muito nervosa, roendo todas as unhas, pois estava sendo apresentada aos pais de César Camargo Mariano, em pleno saguão do Aeroporto de Congonhas em São Paulo. Elis Regina influenciou vários cantores que surgiriam no país. De acordo com Daniela Mercury, seu interesse pelo canto surgiu após ter ido a um show de Elis. Certa vez, Mercury homenageou Elis cantando um trecho de "O Bêbado e a Equilibrista" a capella no programa de Fausto Silva. A revista Veja, na edição de 23 de janeiro de 1982, repercutiu a rivalidade que ocorria entre Elis e Maria Bethânia. Na reportagem sobre a morte da cantora, a revista cita que certa vez Elis e Maria Bethânia cantariam num mesmo espetáculo, sendo Maria antes e Elis em seguida. Amigos dizem que Elis, insegura como sempre, chorou muito dizendo "Ela é melhor do que eu, não vou mais cantar aqui neste lugar". "Não sabia ela que era a melhor", a revista afirma.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

DERCY GONÇALVES

AGRANDE DERCY GONÇALVES
Dercy Gonçalves, nome artístico de Dolores Gonçalves Costa,nasceu em Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907 — Rio de Janeiro, foi uma atriz brasileira, oriunda do teatro de revista e notória por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 1960.Era famosa por suas entrevistas irreverentes, pelo seu bom humor e pelo uso constante de palavras de baixo calão. Foi uma das maiores expoentes do teatro de improviso no Brasil.
Nasceu no interior do estado do Rio de Janeiro, filha de um alfaiate e de uma lavadeira. Sua mãe, chamada Margarida, abandonou o lar, quando descobriu a infidelidade do esposo. A família era muito pobre, e Dercy trabalhava desde muito nova. Foi bilheteira de cinema, além de apresentar-se para hóspedes de hotel em sua cidade.
Aos dezessete anos, fugiu de casa e se juntou a uma companhia de teatro. Dercy estreou em 1929, em Leopoldina, integrando o elenco da Companhia Maria Castro. Fazendo teatro itinerante, fez dupla com Eugênio Pascoal em 1930, com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "Os Pascoalinos". Em 1934, Dercy teve um relacionamento com o exportador de café mineiro Ademar Martins, do qual nasceu sua única filha, Dercimar.
Já especializando-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1930 e 1940, estrelando algumas delas, como "Rei Momo na Guerra", em 1943, de autoria de Freire Júnior e Assis Valente, na companhia do empresário Walter Pinto.
A partir da década de 1960, Dercy inicia espetáculos em solitário. As apresentações, feitas em teatros de todo o país, conquistam um público ainda cheio de moralismos. Nesses espetáculos aos poucos introduziu um monólogo no qual contava fatos autobiográficos de sua vida. Ao largo dessas apresentações, atuou, desde o início na Revista, em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.
Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo, convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com o início da Censura no país. No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Sílvio Santos, e até aparições em telenovelas da Rede Globo. No SBT voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.
Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.
*
"Todas as manhãs, a solidão me deixa deprimida. Moro sozinha, tem três pessoas que se revezam para me acompanhar. Minha filha não mora comigo. Filho não gosta de mãe; é a mãe que gosta do filho. Eles crescem, ganham independência e passam a ter prioridades. Eu me animo no cair da tarde, às 16h mais ou menos. Luto para ter forças para sair. Aí me arrumo, vou pro bingo. Lá, sou muito bem tratada, ganho cartelas e me distraio. À noite, vou a festas, jantares, adoro comer. E volto pra casa, durmo feliz. Assim são meus dias, sem expectativa".

Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.
Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.
Sua biografia se intitula Dercy de Cabo a Rabo (1994), e foi escrita por Maria Adelaide Amaral.
Em 4 de setembro de 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores desta capital.
Cem anos
No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou cem anos com uma festa na praça General Brás, no centro do município de Santa Maria Madalena (sua cidade natal) na região serrana do Rio de Janeiro. Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirma que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade.
-Ao completar 94 anos disse: Eu fiz 94 [anos], mas me digo que estou com 95 para me energizar e chegar lá. Escrevem o que eu digo: eu só vou morrer quando eu quiser! Não programo morte, eu programo vida!
Morte
Morreu com 101 anos,às 16h45, no dia 19 de julho de 2008, no Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela foi internada na madrugada do sábado dia 19 de julho. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária grave, que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória. O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O CANTOR CARLOS ALBERTO

O GRANDE CARLOS ALBERTO
Carlos Alberto é o nome artístico de Nuno Soares, um cantor brasileiro que se tornou muito conhecido nas décadas de 60 e 70, mora hoje em Petrópolis (RJ). Pianista de formação, um de seus primeiros sucessos foi gravado em 1963 e se chama Sabe Deus. Ao longo de sua carreira, gravou 50 trabalhos. Possui uma série de premiações conquistadas em programas de rádio e televisão, como o Troféu Discoteca do Chacrinha e o Troféu Chico Viola. Os prêmios são provas de sua dedicação à música brasileira. Pelas suas interpretações e estilo musical de suas músicas com ênfase no bolero, até hoje é reconhecido como O Rei do Bolero.
Carlos Alberto canta e encanta a todos por onde passa, levando muito amor e emoção com suas belas melodias. Gravou mais de 45 discos, sendo um dos recordistas de venda da gravadora CBS, entre seus maiores sucessos podemos destacar as músicas: “Sabe Deus”, “Aquece-me esta Noite”, “ Ilumina-me Senhor” e várias outras. Suas músicas ficaram nas paradas musicais durante muito tempo nos anos 60, 70 e 80, permanecendo aproximadamente dois anos (75 e 76) em primeiro lugar no Programa Globo de Ouro da Rede Globo. Ele continua a fazer shows por todo o Brasil. O seu último show na cidade de Recife-PE, reunião um público de 15 mil pessoas, em SJCampos - SP, e em seus shows no Rio de Janeiro a dose se repeti: casa totalmente lotada. Já participou de vários programas de TV nesta sua trajetória, entre eles: Programa do Bolinha, Almoço dos as Estrelas, Clube dos Artistas, e recentemente participou dos programas: Rei e Majestade (SBT), Programa do Ratinho (SBT) e Jovens Tardes (Globo)

domingo, 29 de junho de 2008

CAUBY PEIXOTO

O GRANDE CAUBY PEIXOTO BARROS
.Nasceu em Niterói RJ em 10 de Fevereiro de1934. De família de artistas populares, o pai, conhecido porCadete, tocava violão, a mãe tocava bandolim, o tio, Nono(Romualdo Peixoto) era pianista e homem de Rádio, o primo Ciro Monteiro foi cantor e compositor famoso, os irmãos Moacir e Araquem tornaram-se instrumentistas e a irmã Andiara foi cantora.Estudou num colégio de padres salesianos no Rio de Janeiro RJ, e já no tempo de estudante cantava no coral da igreja. Mais tarde, quando trabalhava no comercio, apresentou-se no programa de calouros da Rádio Tupi, Hora dos Comerciários, patrocinado pelo SESC e dirigido pela pianista Babi de Oliveira, conseguindo então chamar a atenção da Revista do Rádio, em 1949. Cantou também no conjunto de seu irmão Moacir, na boate carioca Casablanca e, em 1951, gravou seu primeiro disco, pela Som, lançando o samba Saia branca (Geraldo Medeiros), para o Carnaval. Em 1952, mudou- se para São Paulo SP, passando a cantar nas boates Oásis e Arpege, ena Rádio Excelsior, destacando-se sempre com repertório de músicas estrangeiras. Por volta de 1954, foi ouvido pelo empresário Di Veras, que, pretendendo renovar o elenco da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, então dominado por ídolos como Emilinha Borba e Orlando Silva, o convidou para atuar naquela emissora. Seu lançamento na Rádio foi preparado nos moldes norte-americanos, com grande publicidade e muita promoção, e, em pouco tempo, ele também se tornaria um ídolo, adorado e perseguido pelas fãs. Sua imagem foi forjada para agradar: vestindo-se de maneira extravagante paraa época, e colocando trinados e versos inexistentes em suascanções, criou um tipo diferente, obtendo sucesso imediato. Em 1956 gravou em disco de 78 rpm, pela Columbia, Conceição (Jair Amorim e Dunga) Depois de aparecer na revista norte-americana Time como o maior ídolo da canção popular brasileira, foi convidado para uma excursão aos EUA, onde gravou, com o nome de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. De volta aoBrasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate cariocaDrink, passando a se dedicar mais a administração da casa einterrompendo, assim, suas apresentações. Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois, participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers. Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o disco Cauby, Cauby, com músicas feitas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores),Tom Jobim (Oficina), Roberto e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. No mesmo ano, apresentou-se nos shows Bastidores, da Funarte, Rio de Janeiro, e Cauby, Cauby, os bons tempos voltaram, na boate Flag e lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco.Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bare restaurante A Baiuca, em São Paulo, ao lado dos irmãos Moacir, Araquem e Iracema e Andiara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o LP Quando os Peixotos se encontram, de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp de Música. Em 1996, foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo suas gravações de 1953 a 1959, com sucessos comoConceição.Cauby Peixoto é considerado no seu estilo, se não o melhor, um dos melhores interpretes da música popular brasileira.

ARIANO SUASSUNA

O GRANDE ARIANO SUASSUNA=
Nasceu e reside na cidade de João Pessoa, Paraíba, no dia 16 de junho de 1927, filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar. Fez o curso primário no município de Taperoá, PB. Em 1942, a família Suassuna se transfere para o Recife e Ariano vai estudar no Ginásio Pernambucano e depois no Colégio Oswaldo Cruz. Em 1946, entrou para a Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu um grupo de escritores, atores, poetas, romancistas e pessoas interessadas em arte e literatura, entre os quais, Hermilo Borba Filho, com o qual Ariano fundou o Teatro de Estudantes de Pernambuco. Concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1950. Em 1947, escreveu sua primeira peça de teatro, Uma mulher vestida de sol, baseada no romanceiro popular do Nordeste brasileiro e com ela ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno, em 1948. No dia 19 de janeiro de 1957, casa-se com Zélia de Andrade Lima, com a qual teve seis filhos: Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana.SUAS OBRAS:Uma mulher vestida de sol (1947): O desertor de Princesa (1948); Os homens de barro(1949, inédita); Auto de João da Cruz (1949); O arco desabado (1952); Auto da Compadecida (1955); O santo e a porca (1957); O casamento suspeitoso (1957); A pena e a lei (1959); Farsa da boa preguiça (1960); A caseira e a Catarina (1962); Romance d´a pedra do reino e o príncipe de Sangue do Vai-e-Volta (1971, traduzida para o inglês, alemão, francês, espanhol, polonês e holandês).

CHICO BUARQUE

O GRANDE CHICO BUARQUE
Filho de Sérgio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim.Foi casado com a atriz Marieta Severo com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina.Nascido numa família ilustre, conheceu Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini dentre outros, antes de iniciar sua carreira, pois eles visitavam com frequência seus pais em sua casa na Itália.No início da carreira conheceu Elis Regina, que havia ganhado o Festival de Música Popular Brasileira de 1965 com a canção Arrastão; mas a cantora acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque se revelou ao público brasileiro quando ganhou o mesmo Festival, no ano seguinte (1966), patrocinado pela TV Record, com A Banda, interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com Disparada, de Geraldo Vandré).No festival de 1967 faria sucesso também com Roda Viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 -- amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968 voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção Sabiá. Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.A participação no Festival, com A Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.Em 1965, a pedido de Roberto Freire (o escritor e terapeuta, não confundir com o político), diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante:Musicou as peças Morte e vida severina e o infantil Os Saltimbancos. Escreveu também várias peças de teatro, entre elas "Roda Viva" (proibida), Gota d'Água, Calabar (proibida), Ópera do malandro e alguns livros: Estorvo, Benjamim e Budapeste.Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944) é um músico, cantor, compositor, teatrólogo e escritor, considerado um icone da arte brasileira.

CHICO ANYSIO

O GRANDE CHICO ANYSIO
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, nasceu em Maranguape, Ceará, 12 de abril de 1931, é um humorista, ator, escritor e pintor brasileiro.Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha oito anos. Inicou no rádio na Rádio Guanabara, onde exercia várias funções: rádioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce.Trabalhou, nos anos cinqüenta, nas rádios "Mayrink Veiga", "Clube de Pernambuco", "Clube do Brasil". Nas Chanchadas da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e eventualmente ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.Na TV Rio estreou em 1957 o "Noite de Gala". Em 1959 estreou o programa Só tem tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Anysio Show. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções:Hino ao Músico, (Chico Anysio e Chocolate), foi prefixo do seu programa Chico Anysio Show, nas TV Excelsior, TV Rio e TV Globo e nos espetáculos teatrais, como o do Ginástico Português, no Rio em 1974, acompanhado sempre do violonista brasileiro Manuel da Conceição - O mão de vaca; Rancho da Praça XI, Chico Anysio e João Roberto Kelly, gravado pela cantora Dalva de Oliveira. A música fez grande sucesso no carnaval do IV Centenário do Rio de Janeiro, isto é, fevereiro de 1965; Vários sucessos com seu parceiro Arnaud Rodrigues, gravados em discos e usados no quadro de Chico City Baiano e os Novos Caetanos. Desde 1968 se encontra ligado a Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num "cast" que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo nos anos 90, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.Em 2005 fez uma participação no Sítio do Picapau Amarelo, onde interpretava o Doutor Saraiva, recentemente participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo.É pai dos atores Lug de Paula, do casamento com a atriz Nancy Wanderley, Nizo Neto e Ricardo, da união como Rose Rondelli, André Lucas, que é filho adotivo, Cícero, da união com ex-frenética Regina Chaves e Bruno Mazzeo, do casamento com a atriz Alcione Mazzeo. Também teve mais dois filhos com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, Rodrigo e Vitória.Chico Anysio possui uma galeria de tipos cômicos com cerca de 208 personagens.É considerado, se não o maior, um dos maiores humoristas brasileiros.

PAULO AUTRAN

O GRANDE PAULO AUTRAN
Nascido no Rio de Janeiro em 7 de setembro de 1922, mudou-se cedo para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida. Estudou Direito na capital paulista por influência do pai - que era delegado de polícia - e formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1945, inicialmente pensando em ser diplomata.Desapontando na profissão de advogado, participou de algumas peças teatrais amadoras, tendo sido convidado a estrear profissionalmente com a peça Um Deus dormiu lá em casa, com direção de Adolfo Celi, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). No começo relutou, afirmando não ser ator profissional. Entretanto, após receber o incentivo de sua amiga Tônia Carrero, aceitou o desafio. A peça, que estreou para o grande público no dia 13 de dezembro de 1949, tornou-se um grande sucesso, rendendo inclusive alguns prêmios para o jovem ator.Após seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, sua grande paixão. Chegou a atuar em alguns filmes e telenovelas, mas é no palco que desenvolveu sua arte e se tornou conhecido, vindo a receber a alcunha de "O Senhor dos Palcos". No entanto, também será sempre lembrado por suas memoráveis atuações na televisão e no cinema, em especial por sua participação em Terra em Transe, clássico de Glauber Rocha.Na televisão uma de suas cenas mais lembradas é da telenovela Guerra dos Sexos, em que contracenava com Fernanda Montenegro. Nos últimos anos da televisão fazia mais participações especiais, principalmente em minisséries.Desde 1999, era casado com a atriz Karin Rodrigues.No último ano antes de sua morte, Paulo Autran havia passado por diversas internações, por conta de um câncer de pulmão. O tratamento (com rádio e quimioterapia) não o impediu de seguir atuando em O Avarento - e nem de seguir fumando até quatro maços de cigarro por dia [2].Durante sua carreira estabeleceu importantes parcerias, entre elas, com diretores como Adolfo Celi, Zbigniew Ziembinski e Flávio Rangel; e atrizes, como Tônia Carrero e Karin Rodrigues. Estreou seu 90º espetáculo em 2006, a peça O Avarento, de Molière. Essa peça suspendeu sua temporada porque o ator estava com problemas de saúde.Sua última participação na televisão foi na minissérie Um Só Coração, em 2004. Seu último personagem no cinema foi no filme O Passado de Héctor Babenco.Faleceu aos 85 anos, depois de sofrer enfisema pulmonar e complicações do câncer que tratava[1]. A pedido da família, a causa mortis não foi divulgada pela equipe médica do hospital em que faleceu. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de São Paulo e seus restos mortais cremados no Crematório da Vila Alpina.Alguns prêmios1953 - Prêmio Saci de melhor intérprete por Antígone, Na Terra Como No Céu e Assim É...(Se Lhe Parece). 1964 - Prêmio APCT, de melhor ator por Depois da Queda, de Arthur Miller. 1982 - Prêmio Molière de melhor ator por Traições, de Harold Pinter. 1987 - Prêmio de melhor ator no Festival de Brasília pela interpretação no filme O País dos Tenentes 1988 - Prêmio Air France de melhor ator pela interpretação no filme O País dos Tenentes 1989 - Prêmio APETESP especial pelos 40 anos de profissão. 2000 - Prêmio APCA e Prêmio Shell de melhor ator de teatro por Visitando o Sr. Green, de Jeff Baron.